terça-feira, 29 de junho de 2010



No vácuo ao largo, um corpo que arde

Inválido bardo ao canto, debalde:

E treme com febre, mas finge que escreve,

pendido à muleta um palhaço perneta.

Tal bobo, sacode e balança na corda,

e bêbado cede a perna, que esquece

sentindo no alto a lambida de vida

da lua, acordada, e ao meio partida.

"Falta a mim também um pedaço"

Volta à musa em consolo o palhaço,

sem dela enxergar toda a pança,

quando vem da plateia um Oh!

Arregala-se, gira o braço,

busca a amiga fatal do espaço,

e lunático em queda ele dança,

sozinho, sem partes, sem dó...




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2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem!!Muito bom...bom e bom...
Cici

Anônimo disse...

Postem comentários amigos!Bjusssssss