sábado, 5 de julho de 2008

Um largo etcetera

( Tela de Constantino Contini)


Há muita curiosidade.
Tanta mudança, que a memória já não basta.
Os livros, como nós, reparam-se, julgam-se e pesam.
Um medo abafado por ruídos constantes continua histérico.
Conhecendo o silêncio e apreciando os mistérios do esquecimento,
dopada pela angústia do tentar lembrar, talvez eu prefira me enrolar nas cortinas a abri-las.
Afinal de contas, os sonhos não têm piedade nem mesmo da razão,
e dizem alguns que no início não havia nada,
apenas os cães farejando o futuro.
(Tente se lembrar de um cheiro...)


Cada nascimento antecipa a minha mudez,
e parece ser verdade... com certo cheiro de verde há menos peso nas coisas.

Aline Pereira



Share


Nenhum comentário: